João Pedro Sousa aponta a um triunfo sobre o Académico de Viseu para dar força à evolução que a equipa regista, mas alerta para o valor de um adversário que podia perfeitamente jogar na I Liga. Taça de Portugal é para atacar com total foco.
O AFS recebe este sábado (11 horas) o Académico de Viseu, num jogo para a 4ª eliminatória da Taça de Portugal que a equipa vai abordar como se fosse de campeonato. E isto porque, para além da seriedade que a competição merece, João Pedro Sousa quer continuar a solidificar a evolução da equipa que se nota, especialmente, no plano defensivo. Defendendo que a paragem competitiva “foi positiva”, o treindor reforçou o bom ambiente que se vive diariamente na Vila das Aves como ponto de partida para atacar um triunfo que a equipa anseia há algum tempo. Isto num confronto equilibrado pois, como diz o técnico, a diferença de escalões não é relevante, tendo em conta que o AFS é último na I Liga e o Ac.Viseu tem individualidades e coletivo que lhe permitiriam jogar acima como, aliás, o momento ímpar que vive no futebol português pode também atestar. João Pedro Sousa fez a antevisão do jogo em Conferência de Imprensa.
PARAGEM COMPETITIVA: “A paragem foi benéfica, importante. Tivemos semanas mais longas para trabalhar e precisamos muito de tempo de treino. A equipa está confiante, percebendo as dificuldades que temos tido, mas também percebendo que estamos a evoluir, embora algumas das vertentes do jogo tenham ainda que melhorar, mas o suficiente já que nos permitem disputar e tentar ganhar jogos, como aconteceu contra uma equipa muito forte como o Gil Vicente. Agora vamos enfrentar um jogo diferente, numa competição diferente, mas estamos conscientes das dificuldades, que vão ser enormes, porque vamos encontrar uma equipa forte, atravessando um momento único nos campeonatos profissionais. Temos que perceber que a equipa que está do outro lado, quer no seu conjunto, quer nas individualidades, podia perfeitamente estar na I Liga. Por isso, as dificuldades que teremos serão idênticas às dos últimos jogos. Vimos de duas boas semanas de trabalho boas que nos dão confiança para atacar o jogo de uma forma que nos permita seguir para a próxima eliminatória.”
FAVORITISMO: “Se não tivéssemos discernimento ou capacidade para analisar o adversário, poderíamos pensar dessa forma, mas seria o primeiro passo para cometer um erro muito grande. Olhar apenas para a divisão ou escalão do adversário não corresponde à qualidade da equipa. Por outro lado. Temos de ser honestos connosco: estamos na I Liga, mas em último lugar, o que revela as dificuldades que temos tido no nosso escalão. A diferença de qualidade entre equipas desta natureza não é grande. Portanto, teremos um adversário difícil, numa competição diferente, onde muitas vezes acontecem resultados inesperados, como vimos no último jogo deles, que venceram uma equipa forte como o Gil Vicente. Ninguém acreditaria, mas o Académico fez um bom jogo, venceu e está aqui com todo o mérito. Estamos perfeitamente conscientes das dificuldades que teremos.”
FOCO NA COMPETIÇÃO: “Claro que para nós o campeonato é fundamental, mas nós temos de crescer, de evoluir e é competindo que o conseguimos. Não vamos atacar este jogo de forma ambiciosa se pensarmos no jogo seguinte. Queremos evoluir e melhorar rapidamente e será com o melhor 11 possível que o tentaremos.”
ESTADO DA EQUIPA: “Parece que sou repetitivo e digo as mesmas coisas, mas é verdade. Sente-se uma vontade muito grande de dar a volta às coisas, sente-se que estamos diferentes. O ambiente que se vive aqui diariamente é muito bom, mas precisamos de transformar isso em vitórias, que é o que nos falta. Isto tem só a ver com o trabalho dos jogadores. É um grupo de qualidade, claro que a mensagem da equipa técnica tem de ser muito forte, mas se eles não acreditarem será muito mais difícil. Se a ambição não parte também dos jogadores, será muito mais difícil alcançar resultados.”
OPORTUNIDADES AOS MENOS UTILIZADOS: “Eu digo sempre aos jogadores que todos os dias têm oportunidades nos treinos. Depois, para o jogo, escolho os que eventualmente serão mais fortes para jogar, tendo em conta o adversário e a competição. É o que eu quero que eles pensem, que a oportunidade surge durante a semana. E o importante nem são os 11 que entram. Muitas vezes o homem do jogo é quem salta do banco e eu digo isso muitas vezes aos jogadores. Por exemplo, no último jogo, o homem do jogo foi alguém que entrou do banco. As oportunidades no futebol surgem de todos os lados, mesmo para quem não começa a partida.”
EVOLUÇÃO DEFENSIVA: “Sim, claramente. A equipa está mais estável, não só os defesas centrais. Começámos a trabalhar de maneira diferente a pressão e a forma como começamos a defender o ataque posicional do adversário. A equipa sente-se mais confortável, as rotinas são importantes, a equipa sente-se mais confortável e já percebe melhor o que tem de fazer em determinado momento do jogo. Há evolução visível, o que é muito importante.”